segunda-feira, 29 de março de 2010

A comparação que queremos

Bom dia, caro leitor! As eleições deste ano estão se aproximando e os principais pré-candidatos aos cargos do executivo, ou já anunciaram-se como tal, ou estão em vias de fazê-lo, visto que muitos ocupam cargos públicos executivos e precisam desincompatibilizar-se até o final deste mês. Muitas das propagandas de partidos já estão no ar, preparando o eleitorado para a campanha do segundo semestre. As comparações neste período são inevitáveis e algumas, até mesmo, irresponsáveis.
Há um bom tempo, nosso Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tem desmerecido aquilo que o ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e sua equipe de governo fizeram durante os 8 anos. Mais que isso, tem zombado das realizações de seus antecessores dizendo aquela célebre frase “Nunca antes na História desse País...”. Espero, realmente, que o Presidente se lembre da História recente desse país quando diz tal frase. Mais até: espero que ele esteja guardando as respectivas proporções de períodos históricos, já que o Brasil de 2010 é bem melhor que o Brasil de 2002 que, por sua vez, era melhor que o Brasil de 1994. Quanto ao governo anterior, há que se pontuar algumas coisas.
A primeira delas é que FHC nunca se prendeu à popularidade viciosa que gera, na maioria das vezes, governos populistas. Temos que nos lembrar que muitas das realizações de um governo são pautadas em Ciência, e não em senso comum popular. Ou seja, a popularidade pode vir do carisma e, não, necessariamente de um bom governo. Aos apaixonados, não estou criticando Lula, mas a sua possível ingratidão aos fatos passados. E mais: muitos dizem que somos “neoliberais”, sem mesmo entender o que é isso, sem mesmo entender o welfare state ou nossa Social-Democracia.
Lula fez, sempre, questão de referir-se a algo que ele chama de “herança maldita” que é composta de estagnação econômica e falta de programas sociais. Vamos relembrar algumas coisas.
A primeira delas é o Plano Real, moeda forte e vigorosa que veio pra ficar, espantando de vez a hiperinflação que houve nos governos anteriores a Itamar Franco, visto que nossa moeda foi criada pelo então Ministro da Fazenda de Itamar, FHC. Já no governo tucano, tivemos a abertura da nossa economia ao capital privado, permitindo a universalização e popularização da telefonia fixa e móvel e, em seguida, a expansão da internet, algo indispensável para a população hoje em dia. Além disso, FHC aprovou a quebra do monopólio estatal sobre a exploração de Petróleo (a qual Lula e o PT foram contrários), permitindo que empresas privadas, como a OGX (empresa de Eike Batista que tem trabalhado na camada pré-sal), encontrassem (e explorassem) aquilo que tem sido pauta de páginas e páginas de jornais: o Pré-Sal. Como ele pode querer os louros pra si próprio, mentindo?
Como podemos dizer que não houve avanço social? Foi no governo do sociólogo FHC que foi criada a Rede de Proteção Social, constituída pelos doze seguintes programas: Bolsa-Alimentação, o PETI – Programa de Erradicação do Trabalho Infantil, o Bolsa-Escola, o Auxílio-Gás, o Programa Brasil-Jovem, os abonos do PIS/PASEP, a Bolsa-Qualificação, o Seguro-Desemprego, o Seguro-Safra, o Benefício de Prestação Continuada e a Renda Mensal Vitalícia. Tamanha abrangência de programas sociais não pode ser negada e nem escondida. E mais: você sabia que o Bolsa-Família, bandeira do governo que aí está é uma junção de quatro dos programas da Rede de Proteção Social? Poucos sabem disso, pois Lula prefere atacar ao invés de dizer: nós encampamos e continuamos este maravilhoso e abrangente programa.
Quero terminar dizendo uma frase do artigo “Sem Medo do Passado”, escrito por FHC (disponível em meu blog): “Se o Lulismo quiser comparar, sem mentir e sem descontextualizar, a briga é boa. Nada a temer.” Essa é a comparação que queremos, aquela em que realmente nada é omitido e nem mentido. Lula não precisa disso. Já a Dilma...
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PS: Meu penúltimo artigo a este Jornal rendeu-me e-mails, com críticas à minha postura como articulista. Assim, reforço que sou defensor da livre-imprensa e da liberdade de expressão, garantidas pela Constituição. Gostaria de convidar aqueles que não concordam comigo a iniciarmos um debate sadio através de argumentação coerente neste Jornal, que divide comigo a defesa da pluralidade de opinião. Quem ganhará com isso é a população, graças à Democracia Brasileira.



Felipe Delfini Caetano Fidalgo é licenciado em Matemática pela FEIS-UNESP, mestrando em Matemática Aplicada pelo IMECC-UNICAMP. Pertence à Juventude do PSDB de Andradina
E-mail: felipefidalgo@ime.unicamp.br / Blog: http://blogfelipefidalgo.blogspot.com / Twitter:@FidalgoFelipe



Artigo a ser publicado em O Jornal da Região de Andradina.

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